quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Lonely no more

As minhas memórias mais remotas já me dão conta de que nunca gostei de fazer anos. Não pelo facto de nesse dia ter de somar mais um ano à minha idade, nada disso, para dizer a verdade, até acho que nunca cheguei a encontrar o verdadeiro motivo pelo qual esse dia nunca foi tão desejado por mim como pelos meus colegas e amigos. Posso, ainda assim, lançar algum barro à parede e ousar dizer que talvez isso acontecesse pelo facto de não gostar de ser o centro das atenções, de ser uma pessoa recatada e pouco expansiva, o que até se coaduna se vos confessar que o pior momento dos meus dias de aniversário era aquele em que inevitavelmente todos em coro me cantavam os parabéns, durante esses minutos, muitas coisas me foram passando pela cabeça ao longo dos anos. No meio desta história toda, sempre me senti incompreendida, todos à minha volta ansiavam pelos respectivos aniversários, todos queriam organizar festas, e celebrar. Já eu, preferia que ninguém sequer soubesse que o meu aniversário se aproximava. A Maya é pessoa para explicar este fenómeno, de certeza que consegue traçar uma teoria baseada no meu signo, nos meus ascendentes e sei lá eu mais o quê, mas isso a mim pouco ou nada me importa. O que importa é que finalmente deixei de me sentir um alien por causa disso, quando há dias encontrei uma pessoa que, não só comemora o seu aniversário no mesmo dia que eu, como também sempre odiou fazer anos (eu bem disse que a Maya teria uma explicação cósmica para isto). Isto, acreditem ou não, fez-me sentir melhor e isso só pode ser bom.


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