Este blog não foi criado com o intuito de divulgar o pior lado da vida, mas antes o melhor. Desse lado pior, faz parte uma coisa chamada crise. É crise ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar. É crise o dia todo, todos os dias, há não sei já quanto tempo, já lhe perdi a conta. Creio que todos os portugueses, de uma ou de outra forma, sentem a crise e eu não sou excepção. Só não posso é passar a vida a pensar nisso nem a reflectir sobre as causas e as consequências da coisa, senão corro o risco de ir parar à ala psiquiátrica de uma unidade de saúde qualquer. Mas apesar disso, hoje vou ter de mostrar aqui a minha indignação porque já não aguento mais sofrer na pele os efeitos colaterais das greves dos senhores trabalhadores da CP. Há já coisa de um ano que andam nisto: se não é greve dos maquinistas, é dos revisores ou do pessoal das bilheteiras e tudo é motivo para a supressão de comboios. Poder-se-á ainda pensar que a CP é uma empresa que cumpre com os seus deveres para com os utentes, mas não, também não, todos os dias há atrasos nos comboios que prejudicam aqueles que dependem deles para chegar a horas aos empregos, a consultas médicas, a aulas etc. Ora, se os senhores trabalhadores da CP se fazem valer do seu direito à greve há mais de um ano para conseguirem "vergar" a administração da empresa e até agora não o conseguiram, penso que é urgente pensarem noutras formas de luta, porque já chega de prejudicar os utentes, por uma vez pensem em nós. Esta semana tem sido absolutamente caótica para quem vive nas áreas suburbanas (pelo menos, porque essa é a realidade que conheço melhor) e não são apenas os utentes que vêem a sua vida a complicar-se, mas também todos aqueles que usam as vias rodoviárias para chegar aos grandes centros urbanos. Já não há paciência para isto, a sério que não há, eu, que paguei um passe de 30 dias, não movo nem uma palha para me deslocar para Lisboa noutro meio de transporte que não seja o comboio. E pronto, era só isto.
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