quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Isto nunca me cheirou bem

Desde que a nuvem, ou a pomposa cloud, deixou de ser um vocábulo utilizado para designar o conjunto de pequenas partículas de água suspensas na atmosfera, que pode originar chuva ou neve (obrigada Priberam) e passou também a designar um servidor localizado sabe Deus onde, que eu sempre tive as mais sérias dúvidas sobre a fiabilidade da coisa. Perdoem-me se a minha formação me leva a questionar este sistema, mas a verdade é que hoje, mais do que nunca, temos de estar o mais atentos possíveis a tudo o que se passa à nossa volta e desconfiar. Se o primeiro passo foi desconfiar, o segundo foi investigar e informar-me sobre o assunto. Os arquivistas australianos, sempre muito activos e sem medos de partilhar o seu conhecimento com a comunidade, fizeram um pequeno documento onde se explica preto no branco os riscos a que a informação armazenada neste tipo de servidores está sujeita. Se pensavam que S. Pedro tinha alugado o espaço para os mortais instalarem servidores nas nuvens, estão tremendamente enganados. Uma das principais fragilidades deste sistema é que a localização dos servidores poder ser noutros países com jurisdições diferentes ou muito diferentes da do país de origem dos dados, por exemplo. É por essas e por outras que faço sempre cara feia quando me falam da segurança da nuvem e do diabo a quatro na nuvem. Tudo se torna mais sério quando vemos os órgãos de comunicação social a dizer que bases de dados do Estado Português vão ser armazenadas na nuvem. Ó senhores, tenham mas é juízo nessas cabeças, ponham o Excel a fazer contas e olhem à vossa volta. E, se precisarem de uma ajudinha, já que os consultores pagos a peso de ouro parecem não servir para nada além de encher os bolsos do alheio, leiam este artigo.

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